CANTO VITAL , um show idealizado por Vanja Lima para comemorar os 25 anos de carreira de Vital Lima, foi realizado no teatro Margarida Schiwazzappa, em Belém do Pará, nos dias 26 e 27/05/2001. Uma coletânea das músicas do compositor foi interpretada por 15 jovens artistas paraenses, mais a participação especial de Nilson Chaves. Gravado ao vivo, o CD que registrou o espetáculo foi lançado em 14/03/2002.

 

 

INTÉRPRETES:

 

Andréa Pinheiro, Daniel Araújo, Floriano, Ivan Cardoso, Jacely Duarte, Júlio Freitas, Leila Chavantes, Lucio Mouzinho, Marco Monteiro, Mário Mouzinho, Nicinha, Pedrinho Cavalléro, Ruthinha Neves, Suelene, Simone Almeida.

Participação especial de Nilson Chaves.

 

AS CANÇÕES:

 

1. Pastores da noite – Vital Lima/ Herminio Bello de CarvalhoSuelene/ Nicinha/ Daniel Araújo2. Caso – Vital LimaMahrco Monteiro3. Olhar cigano – Marco André/ Vital LimaDaniel Araújo4. Urutaí – Zé Renato/Vital LimaAndréa Pinheiro5. Mundano – Vital LimaLeila Chavantes6. Açaizeiro - Vital LimaJacely Duarte7. Leopardo – Vital LimaSimone Almeida8. Tao – Marco André/ Vital LimaLucio Mouzinho9. Amor de lua – Vital LimaAndréa Pinheiro10. Tempodestino – Nilson Chaves/Vital LimaNilson Chaves 

 

MÚSICOS:

 

Adelbert Carneiro (Baixo), Edgar Mattos (Teclados), Jacinto Kahwage (Teclados), Ismaelino Jr. (Guitarra e violão), Esdras de Souza (Sax e flauta), Arlindo Dadadá (Percussão), Edvaldo Cavalcante (Bateria). Participação especial de Luiz Pardal (Harmônica).

 

 

Olhar Cigano - c/ Daniel Araújo

Amor de Lua - c/ Andrea Pinheiro

Caso - c/ Mahrco Monteiro

Vê se não demora - c/  Pedrinho Cavallero

11. Porcelana – Lucio Mouzinho/Vital Lima

Daniel Araújo

12. Bye, bye linda – Vital Lima

Floriano Santos

13. Arame farpado – Vital Lima

Leila Chavantes

14. Outro interior – Nilson Chaves/Vital Lima

Ruthinha Neves

15. Cobra traiçoeira – Vital Lima

Floriano Santos

16. Chão do caminho – Vital Lima

Simone Almeida

17. Muruci – Vital Lima

Julio Freitas

18. Safado – Vital Lima/ Herminio Bello de Carvalho

Mario Mouzinho e Ivan Cardoso

19. Vê se não demora – Nilson Chaves/Vital Lima

Pedrinho Cavallero

20. Círios- Marco Farias/Vital Lima (bonus track)

Vital Lima

 

 

  • A surpresa - Vital Lima

    A gente vai fazendo o que tem que fazer porque alguma alquimia vai empurrando a gente pra frente, mas é claro que a gente também se pergunta pra quê?... E é aí que mora o perigo.

    Aí, a Maria José, minha irmã, me liga um dia e me diz assim: Escuta isso!!

    Era o projeto "CANTO VITAL", no embrião, mas gravado em CD… E eu ouvindo aquilo estarrecido.

    Como? Que louco ousou ouvir o que eu tenho feito de música, a ponto de querer comemorar meus 25 anos de carreira??

    Foi quando, pela primeira vez, ouvi falar de Vanja Lima que, afora a coincidência do sobrenome, era amiga de uma amiga minha, a Clara Costa, mas de quem eu nunca ouvira falar. Pois foi essa pessoa quem ousara ouvir, de cabo a rabo, minhas canções e decidira que meus vinte e cinco anos de carreira não poderiam ficar sem festejos.

    Ela que me armou (amou) esse carinho com a matéria de que se faz estrelas.

    E, não satisfeita, encheu o palco de estrelas.

    E, mais ainda, cantando canções minhas.

    Nem sei se mereço esse beijo da minha terra, sei que amo minha terra e que a quero grande e que toda criação que tenha feito, ou venha a fazer, teve ou terá sangue de chuva e de sol quente e jamais lhes faltará a cor da cidade vista da "Guajará", que é minha referência desde que me compreendi no mundo.

    No mais é agradecer à Vanja, ao Guto, a cada um desses intérpretes que me honram com a pérola do seu canto, às empresas que apoiaram o empreendimento e aos que farão brilhar o som e a luz.

  • Ronald Junqueiro - Jornalista

    Há muita história pra contar. História de idas e venidas, de intervalos, de raízes que se agarram fundo na terra e de sementes aqui plantadas. Há história de encontros e reecontros. Como a de agora, aqui nessa esquina, canto onde se juntam vozes e paixões que vem para cheganças. Pastores da noite? Com certeza estão todos aí, reagrupados há bem mais tempo do que o primeiro disco gravado por Vital, em 1978, numa iluminada parceria com o poeta e compositor Hermínio Bello de Carvalho. E lá se vai o tempo, como uma pálida referência de tudo. E por aí, a vida, que desenha e redesenha mapas e possibilidades de celebrações, pois gosta de brincar assim, com essa festa em torno dos que se vão por seus traçados, como a música e a poesia de Vital Lima. Vida somada em outros parceiros. Vida rica de paixões, dessas que podem se fazer em qualquer esquina ou no canto do urutaí, na saudade transformada em imagens das palmas dos açaizeiros cheios de promessas e alimento, no amarelo do murucí enchendo a boca d'água, na solidão mundana da cidade grande, no amor de lua, no nosso tempodestino, na passada dos leopardos que caminham dentro de cada um… Tudo isso passeia nas vozes desse momento, de cantores e músicos paraenses de muito talento, aqui desse lado brasileiro de ricas sonoridades. Outro cenário e outros personagens. É homenagem e celebração que se traduzem no show, no acarinhamento ao compositor, que se acompanha de mais gente nesse chão do caminho, pois o canto é vital.

  • Hermínio Bello de Carvalho - Poeta, escritor e produtor

    Quando revejo a imensa lista de meus parceiros, concluo que Vital Lima nela ocupa um lugar privilegiadíssimo. Eu o conheci participando de um Festival realizado em 1974 em Santa Maria de Belém do Grão Pará, berço e concha de minha querida Eneida de Moras que, em vida, já lavrou seu epitáfio : "essa mulher nunca topou chantagem". Ela também estava lá, recendendo a patchuli, naquele juri enorme, onde nos juntamos a Sergio Cabral, Edna Savaget, Roberto Menescal e Paschoal Carlos Magno.

    Vital, se não me engano, ficou com o segundo lugar. Carlos Henry ficou com o primeiro e Fafá de Belém foi a melhor intérprete - estarei certo? Vital, vim conhecê-lo no hall do hotel onde me hospedava, e ele cantou uma música que ele batizara de Rock'n Roll, que logo incluí no roteiro de um show que eu dirigia com a grande Marlene naquela época, o "Te pego pela Palavra". Se a memória claudicante não me falha, eu estava, paralelamente produzindo um disco de uma então iniciante chamada Simone, e inclui uma música dele, do Sergio Rocha e Sidney Pinon, "Disfarce".

    Foi a partir daí que nos tornamos parceiros, e raro os encontros em que uma ou mais músicas não jorravam - porque o processo era intenso, e havia uma sintonia muito forte de idéias. Sempre digo que gostaria muitíssimo de ver reeditado o Lp "Pastores da Noite", inaugural de sua discografia, e que tive o privilégio de produzir. É um trabalho que permanece moderno, e dele participou, inaugurando carreira, o conjunto vocal "Boca Livre" e também minha querida Joyce, numa faixa inspiradíssima, "Açaizeiro", só do Vital - o que prova o belo poeta que além de tudo ele é e continua sendo. Foi uma época de muita produtividade que resultou na gravação de novas músicas nossas com ícones do porte de Elizeth Cardoso, Marlene, Wanderléia, Ademilde Fonseca e Alaíde Costa. O próprio Vital acabou sendo executadíssimo em todo o Brasil com pelo menos duas faixas do disco : o "Bandidos e Bandidos" e, claro, o "Pastores da Noite", que César Camargo Mariano, arranjador da faixa, cogitou de gravar com a Ellis. Que se ressalte a época da negra ditadura em que vivíamos ( um grupo de compositores havia fundado a Sombrás, da qual Tom Jobim era o Presidente e eu seu Vice) - e a censura nos obrigava ao uso de metáforas e dribles poéticos. Desatenta, não se apercebeu do teor explosivo de algumas letras mais espicaçantes. Tantos discos depois, eis nosso Vital vendo a justa celebração pelos 25 anos de uma bela carreira, calçada em belas melodias, versos sempre inspirados, harmonias bem elaboradas, com o tempero da linda voz que Deus lhe deu, e seu violão que sempre se caracterizou por uma profunda pulsação brasileira. Pude acompanhar, à distância, a luminosidade de seu percurso, sabendo-me um coadjuvante modestíssimo dessa trajetória, na qual sempre fez questão de me ver citado. Tomara que haja tempo, ainda, para novas parcerias.

     

  • Marisa Gatta Mansa - Cantora

     

    Vital lima, um homem, um felino, um pássaro, unindo em seu mundo sensível, imaginário, a música, os sons e os cheiros das raízes perfumadas da sua Belém do Pará.

    Quando fala de amor com seu cantar, a voz forte e linda arrepia as águas dos rios de lá e os açaís, os murucis, os tacacás correm pelas nossas veias, atingindo em cheio nossos corações.

  • Nilson Chaves - Cantor e compositor

    Parceiro, tanto tempo e a flor do destino em nosso interior. É bonita nossa emoção. As vezes vc é a mata e eu sou o rio, outras vezes vc é o rio e eu sou a mata. Cabelos brancos brilhando no teu coração

  • Emílio Santiago - Cantor

    Conheci o Vital quando fui trabalhar com um jovem diretor de espetáculos da Funarte: Sergio Rocha. Com o Sergio fiz o show e o disco "Guerreiro Coração".

    Eram tempos maravilhosos. Lembro-me do casarão da rua 24 de maio...lá as reuniões eram regadas com muita música boa, amigos sinceros e muita comida do Pará. Esses tempos nos fizeram amigos e admiradores mútuos.

    Vital me faz lembrar do Pará sempre de uma maneira romântica. Vital tem uma voz linda, temperada de tucupí. É um compositor sensivel e me deu de presente a linda "Amor de lua" que, quando canto, me faz viajar naqueles lindos tempos de convivência.

     

  • Zé Renato - Cantor e compositor

    A primeira vez que o Boca Livre cantou num estúdio foi num disco do Vital. Assim nos conhecemos e nos tornamos parceiros numa canção que eu tenho um especial carinho.

    Vital é uma doce figura e um grande músico brasileiro.